Instaura-se mais uma maravilhosa parceria da Petite Mort Teatro, parceria esta que consiste na direção de Igor, preparação vocal com Nuno e treinamento físico comigo, e desta vez, agora com o Xama Teatro, uma Cia que possui uma energia contagiante e de uma místicidade amável. Pelo qual é entusiasmante perceber nos olhos das três fiandeiras, as três moiras e as três feiticeiras da forma como se jogam no processo.
O Meu primeiro encontro na segunda deu-se com esse exercício:
Exercícios;
• Alongamento, aquecimento, serie de flexão, abdominal, flexão aeróbica,
• Exército da corrente (imaginar uma perna envolvida por uma corrente pesada, e a outra perna livre, andar pelo espaço da sala de ensaio transferindo o peso da corrente para a outra perna)
• Manter no estado neutro (a qual chamei de zero)
• Contrair qualquer parte do corpo (exemplo; mão, pé, etc...)
• Deixar todo o restante do corpo no estado zero
• Colocar um impulso emocional ( amor, inveja, raiva) na região do corpo que está sendo contraída
• Ao contrair ao Maximo essa energia deve ser lançada para fora do corpo em uma explosão.
• Contrair novamente e a mesma energia ser lançada ao poucos
• Agora se deve contrair outra parte do corpo com outro impulso emocional contrario ao primeiro.
• Logo em seguida o corpo deve-se contrair como um todo e envolvido pelos dois impulsos emocionais divergentes.
Com este exercício percebe-se o quanto o corpo pode obter sensações diferentes sendo exposta por partes distintas do próprio corpo, a neutralidade serve como um equilíbrio da energia contraid para que haja a explosão. Pensar o corpo como um todo por partes faz com que cada vez que se execute uma contração ocorra um crescimento no movimento.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
PORTELA: a poética do corpo
Particularmente neste ano completam-se três anos a qual passei pelas portas da sala de dança do Arthur Azevedo, e me deparei com uma nova consciência linguística das metamorfoses do corpo, um organismo vivo, plástico e de uma estética espiritual do qual não estava acostumado a ver: era a Dança–Teatro e a poética do “corpo” de Leônidas Portela.
Durante todo o período da oficina o meu corpo sofreu alterações diversas, pois era um corpo modelados pelas linhas do clássico e que de repente encontrou na mágica sala de dança a liberdade de voar.Foi necessário sentir além do modo de viver, pois ali estava a vida. Dentro da dança, assim Portela vivia e vive, ao final de toda oficina muitos foram... Ficaram poucos e amizades se construiriam e finalizamos com o espetáculo “Sobre a pele;a lua”, tudo totalmente diferente do que estava acostumado.... as pausas.. respirar... olhares cheios de emoção preenchiam as coxias do teatro com suas danças, uma dança dos órgãos externos e internos.Logo depois, veio Frida, Safira, e por de traz de tudo sempre havia o olhar do poeta,que utilizava o corpo quando a fala não mais servia para comunicar.
Hoje por qualquer lugar que eu passe sempre fica a referência do mestre, os ensinamentos e o lema ao qual por hora e oura martela a memória “ Nossa vida... nossa dança ... Obrigado Leônidas.
Durante todo o período da oficina o meu corpo sofreu alterações diversas, pois era um corpo modelados pelas linhas do clássico e que de repente encontrou na mágica sala de dança a liberdade de voar.Foi necessário sentir além do modo de viver, pois ali estava a vida. Dentro da dança, assim Portela vivia e vive, ao final de toda oficina muitos foram... Ficaram poucos e amizades se construiriam e finalizamos com o espetáculo “Sobre a pele;a lua”, tudo totalmente diferente do que estava acostumado.... as pausas.. respirar... olhares cheios de emoção preenchiam as coxias do teatro com suas danças, uma dança dos órgãos externos e internos.Logo depois, veio Frida, Safira, e por de traz de tudo sempre havia o olhar do poeta,que utilizava o corpo quando a fala não mais servia para comunicar.
Hoje por qualquer lugar que eu passe sempre fica a referência do mestre, os ensinamentos e o lema ao qual por hora e oura martela a memória “ Nossa vida... nossa dança ... Obrigado Leônidas.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
TEATRO E FILOSOFIA POR SOBRE O TABLADO
O Teatro nasce na Grécia assim como a Filosofia. Deste ponto as relações existentes entre estas duas formas de expressão da alma tornam-se cúmplices ao estarem em uma busca constante da explicação do ser [ inteligível/imutável], pelo qual o teatro que se utiliza de técnicas do elemento estético para representar espiritualmente a condição humana e encontra junto a Filosofia uma manifestação original da dimensão artística e da reflexão conceitual.
Para Aristóteles a idealização é o modo próprio da tragédia, onde aparece um herói fora do cotidiano do espectador, o que nos faz lembrar Brecht, quando em seu teatro estabelece um distanciamento, uma quarta parede, entre ator, personagem e público, este ultimo não se envolve no enredo da dramaturgia, estabelecendo assim uma atmosfera de valores que não se apagam quando se fecham as cortinas. Mesmo nascendo durante festas a Dionísio o Teatro começou a questionar o esforço humano para obter a ajuda dos deuses, assim a critica social cresce juntamente ao avanço cultural grego, a personificação dos elementos da natureza dentro dos ritos de fertilidades já não mais são suficientes para se entender o mundo da forma que é apresentada a este homem inquieto. Agora o antigo “xamã” que se portava da voz dos deuses, e que assumia o movimento dançante para se chegar ao êxtase do sagrado dá lugar a Téspis, o primeiro ator que se tem noticia, que empresta seu corpo e sua voz, para então assim representar a obra do poeta e distinguir o deus-ator, para o ator-personagem.
Para este primeiro momento da pesquisa nos prenderá na figura do ator; a distinção entre o ator que assume a voz dos deuses e aquele que apenas a representa, Assim, compreendemos que o teatro é dotado de ação, e o ator constitui-se enquanto elemento principal da ação; se retiramos o texto, o espaço da representação e toda maquinaria que compõe o teatro ele ainda existirá, no entanto se retiramos o ator do teatro este ultimo não mais fará sentido , visto que o teatro é arte do ator, pois foi Téspis que ao subir na carroça e distanciar-se do coro começou-se então a aparecer uma reflexão interior do filosofo, com um debate de ideias no movimento filosófico e com o processo de artes em detrimento das críticas da sociedade grega, com busca de sentido e valores da existência.
Para Nietzsche em O nascimento da tragédia. “O grego conheceu e sentiu os temores e os horrores do existir [...]”, este sentimento refletiu-se em sua arte dramática, onde destaca-se Sófocles que apresenta o homem enquanto detentor da consciência destes próprios horrores em um sofrimento sem saída, aqui percebemos que para Sófocles voltar-se contra os deuses, não significa um moira [ destino] de castigos supremos , mas sim um estagio de transformação e independência da condição humana , Édipo não deixa de enxergar e por ter furado os olhos, deixa apenas de ver as coisas matérias, passa a enxergar ainda melhor suas razoes existentes. É neste momento que o ator deixa de ser o canal de transposição da vontade dos deuses e constitui-se enquanto um representador.
Para Aristóteles a idealização é o modo próprio da tragédia, onde aparece um herói fora do cotidiano do espectador, o que nos faz lembrar Brecht, quando em seu teatro estabelece um distanciamento, uma quarta parede, entre ator, personagem e público, este ultimo não se envolve no enredo da dramaturgia, estabelecendo assim uma atmosfera de valores que não se apagam quando se fecham as cortinas. Mesmo nascendo durante festas a Dionísio o Teatro começou a questionar o esforço humano para obter a ajuda dos deuses, assim a critica social cresce juntamente ao avanço cultural grego, a personificação dos elementos da natureza dentro dos ritos de fertilidades já não mais são suficientes para se entender o mundo da forma que é apresentada a este homem inquieto. Agora o antigo “xamã” que se portava da voz dos deuses, e que assumia o movimento dançante para se chegar ao êxtase do sagrado dá lugar a Téspis, o primeiro ator que se tem noticia, que empresta seu corpo e sua voz, para então assim representar a obra do poeta e distinguir o deus-ator, para o ator-personagem.
Para este primeiro momento da pesquisa nos prenderá na figura do ator; a distinção entre o ator que assume a voz dos deuses e aquele que apenas a representa, Assim, compreendemos que o teatro é dotado de ação, e o ator constitui-se enquanto elemento principal da ação; se retiramos o texto, o espaço da representação e toda maquinaria que compõe o teatro ele ainda existirá, no entanto se retiramos o ator do teatro este ultimo não mais fará sentido , visto que o teatro é arte do ator, pois foi Téspis que ao subir na carroça e distanciar-se do coro começou-se então a aparecer uma reflexão interior do filosofo, com um debate de ideias no movimento filosófico e com o processo de artes em detrimento das críticas da sociedade grega, com busca de sentido e valores da existência.
Para Nietzsche em O nascimento da tragédia. “O grego conheceu e sentiu os temores e os horrores do existir [...]”, este sentimento refletiu-se em sua arte dramática, onde destaca-se Sófocles que apresenta o homem enquanto detentor da consciência destes próprios horrores em um sofrimento sem saída, aqui percebemos que para Sófocles voltar-se contra os deuses, não significa um moira [ destino] de castigos supremos , mas sim um estagio de transformação e independência da condição humana , Édipo não deixa de enxergar e por ter furado os olhos, deixa apenas de ver as coisas matérias, passa a enxergar ainda melhor suas razoes existentes. É neste momento que o ator deixa de ser o canal de transposição da vontade dos deuses e constitui-se enquanto um representador.
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