quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Desafios da personagem – 1ª PARTE
Durante ano de 2012 acordava todos os dias às 05h30min da manhã em ponto, me direcionava para o quartel, já levantava com o desejo incontrolável que o dia terminasse. Casado do tédio de viver em um ambiente onde não há sensibilidade da alma e o sentimento de patriotismo não passa de um grande ensaio, envolvido pelo stress, e tendo que tomar remédio para a depressão nada mais me fazia ter alegria a não ser o teatro, no entanto uma coisa me chamava atenção. Era uma frase que lia todos os dias na frente do alojamento: A Vida não é fácil, está frase ecoava sobre meus pensamentos em forma de uma tonelada, talvez porque outrora, quando mais moço, já sabia na pele o sentido real desta frase, e sempre no caminho de volta para casa era o momento de parafrasear a frase: O TEATRO NÃO É FÁCIL!!!!!!, E muito mais... A PERSONAGEM NÃO É FÁCIL, aqueles que se dizem atores, que se dizem fazerem parte de uma Cia, não compreendem a dimensão desta frase. Não é fácil depois de uma semana no mato aprendendo técnicas que no fundo nunca dariam certo, passar três dias sem dormir e no final ainda ter mais 40% de sua energia vital e transforma-lá em 1000% para a personagem. É deste teatro que falo diante das dificuldades com intuito de converte-lás em ferramentas para se viver unicamente a cada apresentação com sua personagem (seu outro eu). Além do mais, quando este personagem não existe, habita em um não-lugar, em uma não-existência, e exige um esforço psíquico maior de atuação, a partir de então o ator, que já detém experiência de bailarino, domínio do corpo, prática de atividades físicas a qual foram ferramentas e meios para a caveira que muitos já assistiram, percebe que lhe falta um complemento da técnica, leitura e prática; sendo só na prática que se tem o domínio, talvez se depois da primeira apresentação de “Um dedo por um dente”, Eu , Igor e Nuno tivéssemos enterrado nossa obra, como fazem alguns artistas da cena maranhense, não estaríamos hoje com um desejo e a ganância em prol de um teatro que nos preencha. Tenho ainda certeza mediante os erros e acertos que faríamos tudo de novo; carregar o cenário pelos mesmos locais... apresentar para quase ninguém... para uma multidão... Enfrentarímos os mesmos desafios, pois isto torna um investimento a longo prazo. E o exército? E a hérnia? E as perdas? Estes foram empecilhos que não nos desanimaram, por sua vez um dia o público apareceu e a personagem não estava lá, no entanto o Torquato e Procópio não se abateram. Um dedo por um dente, além de espetáculo, é um carimbo de amizade compartilhando da glória e da derrota e também uma escola para aprender a como se fazer teatro e enfrentar os desafios que a personagem coloca ao ator....
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Caminho e trilhas: deve saber mais do que ninguém o quanto são difíceis. Mas a máquina não para! É um prazer ter bons atores e, mais do que isso, pessoas que acreditam em um ideal e estão dispostos a tentar realizá-lo.
ResponderExcluirAbraço!